O Inimigo não pode ser explicado, so ouvido, sentido, lido, vivenciado.
Visceral, quase homerico. Para acessar o site onde o som foi disponibilizado primeiro segue o link: http://bit.ly/9ed4Jy . Abaixo segue a letra e o player com a musica, que dentre varias participações conta com a presença de Pitty, Martin, Nasi e Fabio Cascadura.
Vespas Mandarinas - O Inimigo by VespasMandarinas


Letra: O INIMIGO

Eu sou o inimigo
Eu sou o paradoxo
O crime e o castigo
O universo e seu umbigo
Unânime e controverso
O torto e o seu inverso
Eu sou o inimigo
Eu sou o cadafalso
Harmônico e dissonante
Genial e ignorante
Altruísta e egoísta
Megalomaníaco e minimalista
Eu sou o inimigo
Eu sou a outra face
Reservado e verborrágico
Espirituoso e trágico
Vaudeville e Grand Guignol
Sangue quente e formol
Eu sou o inimigo
Eu sou o artifício
Pertinência e contradição
Avanguarda e a tradição
Libertário e celibatário
Um e vários, rei dos contrários
Eu, que sou o inimigo,
Eu me rendo de bom grado
Mas deixo aqui registrado,
Como forma de protesto,
Meu destino não-manifesto
E que se dane o resto
E que se foda o resto
Nascimento e réquiem,
Todos e ninguém,
Espírito vulgar, amém
Simplório, vexatório,
Bode expiatório,
Profeta, macabeu
Se eu fosse Deus,
Seria ateu
Mas eu já não ofereço nenhum perigo
Sou apenas um homem cansado
À procura de abrigo
Perdoai-me as ofensas
Assim como eu perdôo
A quem me tenha ofendido
Eu sou
Eu fui
Eu jamais deixei de ser
O inimigo
O inimigo....

Não nos desperte desse pesadelo
Únicos, somos nulos
Não é o fogo
São as lágrimas que me consomem
Somos ferro e pedra
Somos o entardecer
E a escuridão do luar
Obrilho do Sol nos queima
E o frio nos esquenta
Desaparecemos na penumbra
Mas na luz é onde irão nos encontrar
Somos por tanto ironias
Que ninguem jamais podera negar
É impossivel de nós se livrar
Estamos ao seu lado todo o tempo
Grudados as vezes à frente
A qualquer momento
E assim com a voz do vento a soprar
Nós continuamos vigilantes
Para todo o sempre
As Sombras
Seguindo seus passos errantes

Qual desejo colhi?

No vale das Sombras
Seu posto eu tomei
Em seu podio
De espinhos
Eu fui o vencedor
Da carne ao pó
Suas lágrimas
Eu tomei
Do elo perdido
Entre o nascimento e a vida
Eu residi
Já não era mais
A minha escolha
Ja não bastava
Boiar em mar de prantos
Pois se no final todos vão embora
Esse final enfim chegou com você
Vejo a fumaça esvair-se
Da maça ja não me adianta provar
Do teu vinho já não me basta tomar
E assim entre um ou outro esgar eu ainda me pergunto:
Após a porta bater: Qual desejo colhi?