Ser, ter, poder, perder, querer

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Ja me vi em tantas situações, em tantos momentos, em cada lapso de sentimentos e sensações. Mas creio que de todos nenhuma supera ou superara meus medos, meus anseios diversos que são muitos e um só ao mesmo tempo.
Sempre que conto sobre mim sou obrigado a citar "meu livro" minha historia..aquela que me fez ser quem eu sou.
Mas as vezes percebo que não sigo ela totalmente.
Ali os maiores dons, as maiores virtudes de um Homem, é ter coragem, determinação, amor, e não aceitar o destino como ele é. E sim fazer seu proprio destino, buscar seu proprio caminho fazer suas escolhas, sempre permitir-se errar, se machucar, mas se isso significar uma minima possibilidade de um BEM MAIOR; saber que valera a pena..isso é coragem.
Mas nem sempre eu sigo isso.
Tenho medos, sempre os tives.
Medo de não ser quem os outros querem que eu seja, medo de não corresponder as expectativas que outros tem de mim, e que as vezes eu mesmo tenha de mim mesmo. Medo de descobrir que eu não sou, apesar de achar que sou algo.
Medo de ter, algo ou alguem e não merecer, e não saber lidar, de conseguir e não conseguir manter. Medo de querer, e no final acontecer, e não conseguir saber o que fazer com isso ou com aquilo. Medo de não ter nada, de perceber que não valho a pena ou que o outro não vale tanto assim. Medo da decepção, medo da magoa, medo da dor, medo da propria felicidade.
Medo de poder, descobrir poder, de haver a possibilidade de, de poder ter o poder, medo desse poder, dessa força, dessa possibilidade dessa... Que não sei o nome ou o que é.
E medos de perda, medo de perder, de ver partir de conseguir haver o apego e não existir mais. Acho que de todos é o maior medo, de perder.
Sempre foi assim.
Por algum motivo sempre me convenceram os que me amaram os que estiveram ao meu lado, de que eu podia muito, de que eu deveria querer, de que eu devia me permitir ser, de que eu devia arriscar ser.
E todas essas projeções, ao longo do tempo foram me dando inseguranças ao invez de segurança..ironico não?
Por que e se eu fosse e se eu ousasse me mostrar e se eu ousasse demonstrar e ninguem gostasse, e ninguem se convencesse, e ninguem notasse?
Ansiedade, uns dizem que é isso, outros, que eu simplesmente me acostumei ao acaso, ao deixar e ao prazer, felicidade, bem estar de outros e nunca no meu, porque? Por que nunca achei (acho) que valho tanto...Porque as vezes é mais facil, se ver no outro, do que realmente se ver... Porque sempre me preocupei em mostrar o meu melhor e nunca o meu pior..e quanto se guarda tanto tempo os defeitos, eles podem vir a tona de uma hora pra outra..e o que farão, como julgarão, quando descobrirem? talvez seja por isso que nunca entrei numa relação de fato, talvez seja por isso que nunca interagi muito com colegas de trabalho, ou de escola, talvez seja por isso que eu e minha familia sejamos as vezes tão estranhos quanto desconhecidos na paulista.
Eu guarda, eu oculto, eu escondo, justamente pra não revelar, não deixarem ver o que posso realmente ser, ter, poder, querer, perder.
Talvez eu apenas devesse esquecer isso, e um dia, apenas um dia; arriscar; e ver no que dá. me permitir ouvir o não, nunca, jamais, o riso de vergonha alheia, o dedo apontando, a cara de dó do outro, de indiferença, de decepção, de irreconhecimento. Somente para calejar e assim o medo, a insegurança passar.
Porque definitivamente não confio em mim mesmo. E não vejo alguem que pareça realmente confiar e não que apenas diga, demonstre isso pelo simples motivo de me agradar.
As vezes escutar certas coisas fazem bem. No olho, no olhar, na cara.
Passei de uma fase, onde mudei. Aprendi a reconhecer o que quero. Aprendi a saber e decidir o que sinto de fato, sem confusões(no geral, claro).
Mas ainda há aquele medo maldito(o mais cômodo) de deixar. Porque mudar? Porque buscar se pode falhar?
Aquele medo que nos faz sentar e esperar vir aquilo que quer, que deseja, que precisa e não levantar e ir buscar. Porque levantar e ir buscar significa poder cansar, e não conseguir mesmo tendo corrido.
O permanecer sentado, significa estar na mesma se vier, otimo, se vier e não for, otimo tambem porque não muda, continuarei estando sentado.
Mas hoje já não quero mais isso. Mas ai vem o querer, poder, perder de novo.
O não saber tambem me assusta. O imprevisivel..mas esse chega a ser prazer as vezes adrenalina. Não é medo...é mais um : sera que pago pra ver?
Sera que corro, pra ver?

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Willian Lopes de Sousa Augusto

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