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Reconstruindo muralhas a tempos derrubadas.  Nas amuradas de sensações o meu gozo maior não são fluidos, gostos, gestos ou cheiros, ...

Lusco sem Fusco



Reconstruindo muralhas a tempos derrubadas. 
Nas amuradas de sensações o meu gozo maior não são fluidos, gostos, gestos ou cheiros, nem mesmo sensações... São o todo em sua imperfeita sinfonia de um ouvido só. 
O todo absoluto e obsoleto. O todo da carne suja e fétida nos dentes brancos feito pelas clinicas. O todo das roupas confeccionadas pelas mãos sujas e mofadas de inocência e pena. O todo da cor, e dos bolsos remendados pelos jornais, pela tela gigante de vidro e LCD. O todo blasé o todo maquiado e estancado de cernes e cernes de infantarias europeias. O todo do erro. O todo do voto. O todo da calamidade nas ruas com botes e peixes mortos. O todo que fede. O todo da náusea, do sexo, do pedaço de fibra que rompe na calada da noite, na cama ou no amanhecer do dia nos coletivos lotados de ar rarefeito.
Meu gozo de morte, não o gozo de vida. Aquele gozo sem textura que antecede a partida depressiva. Aquele gozo fusco sem lusco que não vem da calça, vem do boné, dos cabelos, da nuca, da boca, da garganta seca entalada com murmúrios e gritos impossíveis.
São esses ritos que me importam são esses ritos que me enjooam e que me fazem a cada dia cometer o incestuoso pecado da cruz. O pecado de pensar. O pecado de virar as costas ao papel pintado com timbras e escolher matar cada desgraça pulsante que aparece no caminho. Cada sarjeta esburacada que afunda o salto do sapato.
Cada segundo de tesão interrompido. 
Reconstruo amuradas...
Te faço Berlim e revoluciono o capitalismo interno em minhas faces hippes sem sentido político ou geográfico algum.
E nessa constante, paralisante me torno seu ego composto de formulas adjacente.
E são nesses pontos que só eu sei lidar e reconhecer, em cada resquício desse cimento bolorento que une cada tijolo amarelo de passado e presente sem futuros, que esta a tão chamada esperança e mudança, que os barbudos sábios disseram bêbados de ervas em suas dunas platônicas.
E mesmo com a obra terminada, firme e feita... Só sei o que Shakespeare falou: "nada sei". 
E assim sei que sei tudo. 
Tudo que não me serve tudo que me aborta. Tudo... Igual aquele Todo... O todo que me esmaga, que me engole, que me regurgita e me mastiga e cospe. Que me afoga que me queima que corrompe. Que me torna o erro no acerto de mãos lisas.
Homem bolha. Sem inicio, meio ou fim, transparente, mas nada puro. Frágil, intocável, de veneno ao contato com o mundo explode e some.
Poderiam me fazer grafite ao invés de pinche que gruda... Assim bastaria ao invés de um mudo suicídio nulo, uma borracha para apagar o que foi o que há e o que poderia vir a escapar...
... Ah! Sou apenas mais um. Sou.
Quanta besteira... Falando sozinho nos gemidos do mundo...


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Um comentário:

  1. Anda lendo Bukowski, Will?
    Adorei!!
    Me lembrou uma música do Dance of Days que diz assim: "O mundo me engole e me cospe porque sabe que eu não devo fazer bem...". Se chama 'Nada Demais'.
    Beijos

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Will Augusto. Tecnologia do Blogger.

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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.