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Cheiro de mofo.  Um odor azedo, seco que faz a garganta se contrair e a mucosa arranhar-se entre as paredes do canal da garganta. Pare...

Mensagem aos Ausentes


Cheiro de mofo. 
Um odor azedo, seco que faz a garganta se contrair e a mucosa arranhar-se entre as paredes do canal da garganta. Parede gelada e cortina vermelha de manto branco, áspera.
Madrugada de chuva.
Parado, num canto isolado da casa, do quarto, da noite, da loucura e da razão, olhar vidrado numa tela sem cor e sem voz, os pensamentos viajam longe.



here's a hero, if you look inside your heart.
You don't have to be afraid of what you are.
There's an answer, if you reach into your soul,
And the sorrow that you know will melt away.
  
Todos os vizinhos se foram. Todas as musicas silenciaram. Todos os filmes foram esquecidos, empoeirados.
Os cigarros e gatos brancos se encontram nas valas. Todo o calor se foi também.
Os heróis de guerra, a luta de quem calou e foi calado, os perigos de todos aqueles que ninguém soube, os nomes dos nunca lembrados e dos que criaram e nunca existiram. Já foram esquecidos.
O medo de cada um, de permanecer e ir sem deixar marcas, passos, cheiros, cor, palavras ou voz, sem deixar um olhar ou um toque de pele, um bordão, um objeto, uma historia.
O medo do desconhecido. O medo de ser desconhecido. O medo do esquecimento.
Apagar, deletar, excluir. Definitivamente de deixar de existir, significar fazer e ser, estar e em alguém sentir.
Um clipe mudo passa em frente à retina úmida e vidrada. Clipe de momentos e memórias. Tudo que resta, o presente se fora. O futuro não mais chegaria.
O passado também se foi, mas deixou manchas que logo seriam limpas.
Marchas, brigas, caminhadas, passos largos e pulos. Tudo se fora.
Papeis arquivos, copos, pratos, garfos e comidas. Conversas decepções, pesadelos, sono e sonhos, cansaços, o ralhar e o esperar, as horas passaram e não voltaram mais.
Os pontos, as virgulas, as polemicas, os planos, o chá e o café, as trilhas sonoras, o chocolate, os prazeres e a dor.
O choro, o pranto, a duvida, a perguntas se foram. A luz apagou, o vento abrandou e cessou. As cavernas se foram. As trevas também. Os mitos, as lendas.  A  historia. 

And then a hero comes along, with the strength to carry on,
And you cast your fears aside, and you know you can survive.
So when you feel like hope is gone,
Look inside you and be strong,
And you'll finally see the truth, that a hero lives in you. 

As escolhas trancaram-se e desapareceram. A fé desacreditou e sumiu. O dom acabou o teto desabou e os vidros, a terra, a areia, os mares, o fogo e as pedras, aquela cortina, o cheiro de mofo, tudo se foi, tudo.
Sem mais memórias, sem nenhuma lembrança, sem fala, sem gestos, sem ar. Sem coração.
Sem força ou fraqueza. Sem vontade, piedade, bondade ou fatalidades. Sem asas, sem voo e sem queda. Tudo partiu. Tudo cessou. Tudo se foi. Acabou.
Sem falta... Era a ausência que existia, preenchia o que existia e um novo big bang sem explosão, sem som, sem nada ressurgia e desaparecia. 

It's a long road, when you face the world alone.
No one reaches out a hand for you to hold.
You can find love, if you search within yourself,
And the emptiness you felt will disappear  

A ausência de quem faz falta. Isso ele entendia.
ausência* .


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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.