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Respira fundo. Mas respira errado, antes da horam da forma errada, fora do jeito. Uma leve pontada aponta e pontua do lado direito da coste...

Respira fundo. Mas respira errado, antes da horam da forma errada, fora do jeito.
Uma leve pontada aponta e pontua do lado direito da costela, ou entre ela. Quem sabe...
Chuva lá fora e algo querendo transbordar logo aqui dentro.
Mais uma garrafa de água sorvida feito leite das tetas- um calor ramescente da ultima porta deixada aberta do inferno.
Na mão, caneca, teclado e sujeira; da tinta preta da caneta estourada sem perceber.
Nas folhas de papel espalhadas pelos cantos e na tela do computador ligado a hora sem descanso, trechos e frases de um texto sem sentido.
No relógio  o tempo conta 06h28min. A cama lhe chamara mas a mente lhe seduzira. Não conseguia dormir, sossegar.
Nas promessas de um dia longo e com menos suores indesejáveis  um cheiro de café ainda não feito, pairava no ar a medida que inebriava os sentidos e a fome de querer saber o que o mantinha desperto onde não devia mais estar.
Repassa os compassos, as linhas, as curvas e pontuações. Coloca uma canção e não se anima, mas a escuta ate o fim e ate se arrepia- a janela estava entreaberta.
O cão la fora, denunciava dar sinal de vida. Os pássaros já estavam no batente, batendo cartão. Mais um dia.
Respira fundo outra vez. A dor do lado esquerdo se abradara. Agora era a vez do ribombar da cabeça. Na nuca. Dor latejante incomoda sem razão. Era o sono. Mas onde estava?
ah, claro! A cabeça pensante querendo lhe mostrar algo, lhe dizer algo. Mas de novo: Mas o que?
Fome de comida já não havia mais, só o café- já sendo preparado pela tecnologia. Sem cheiro. Nunca soubera sustentar o seu vico afinal.
Pensava enquanto girava a caneta estourada na mão: queria ser fumante. Um cigarro para compor o cenário noir em que se encontrava. Uma mesinha desforme, um ser fumante, embebecido pelo sabor amargo do café pelando, sobre a luz do computador.
Mas ele não fumava. Seu pulmão não suportava. Não suportava nem ar. Pontada novamente. respira raso.
A garrafa d'água precisava ser novamente preenchida. Mas o café era mais importante.
Três goles, prazer e fim.
Dois cliques, e uma rápida punheta, num porno misógino qualquer.
Limpa o esperma numa meia velha e imperceptivelmente cheira a palma da mão- involuntário.  Coça a cabeça, de cabelos desgrenhados e secos. Levanta.
O gosto amargo lhe produz tosse. tosse seca como os cabelos e calcanhar. Escova os dentes na esperança de poder completar seu ciclo.
Funciona.
Desliga o computador abandona a caneta e se enfia no meio da cama de solteiro fria- aconchegante por isso.
Antes de fechar os olhos que lhe projetam minusculas bolinhas luminosas em raio-x's; nota que escrevera no pulso uma pequena palavra sem nem mesmo lembrar: inércia.
Não. era: sera? Havia o ponto de interrogação.
Levanta novamente e corre para ligar o computador novamente. Procura o arquivo em que estava dedilhando vômitos ortográficos e encontra: "A vida é repleta de estradas, estradas estas repletas de pedras que cortam nossos pés, deixando cicatrizes. Não feridas; cicatrizes." atribuída a um autor desconhecida e uma nota no rodapé: "são as horas que repetem no sono que não traz, a insegurança do que não vier e no que já foi sem retornar"
Sem entender e meio decepcionado por isso, voltou a desligar o computador e dormiu em menos de 5 minutos.
Nos sonhos; nada. Apenas tela branca com visões de leite.
A respiração ainda existia e estava normal.


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Will Augusto. Tecnologia do Blogger.

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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.