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Caso Jacob Ítalo Lopes Empresário bem sucedido da indústria bélica, com negócios em muitos país, Allan Jacob vivia sozinho em sua co...

Noctâmbulos*


Caso Jacob
Ítalo Lopes

Empresário bem sucedido da indústria bélica, com negócios em muitos país, Allan Jacob vivia sozinho em sua cobertura. Depois de um dia cansativo de trabalho em seu escritório, exausto, pegou o elevador em direção ao estacionamento. Só queria chegar em casa e descansar. Já no subsolo sentiu uma sensação, Parou, olhou para os lados... Ninguém. Estava sozinho. Continuou seu caminho ate que chegou ao carro. Abriu a porta, sentou-se, fechou-a. Pelo espelho retrovisor, de relance, viu algo se movendo entre os carros na fileira mais ao fundo sem conseguir, no entanto, discernir o que era. Um arrepio subiu pela sua espinha. Ligou o carro e, apressadamente, saiu da garagem.
Esqueceu-se do assunto ate o momento em que entrou na garagem do seu prédio. Sentiu novamente a estranha sensação, a de estar sendo observado. No elevador, lembrou-se de um fato acontecido muitos anos atrás, mas logo descartou a possibilidade.... Resolveu esquecer o incidente.
- Jacob, seu medroso! – sorriu.
Entrou em seu apartamento, jogou o paletó e a mala no sofá, afrouxou o nó da gravata, serviu-se uma dose de uísque, a qual tomou em um só gole, dirigiu-se para o banheiro e foi tomar banho. Ficou lá por muito tempo, sentindo a água descer pelo seu corpo. Tentava relaxar. Estava muito tenso.
Saiu do banheiro em um roupão branco, com os cabelos molhados. Enxugava-os com uma toalha. Um barulho!
Jacob assustou-se. Ficou paralisado. Vivia sozinho. Os empregados só entravam em sua casa para arrumar as coisas quando ele não estava. Era uma exigência sua. O barulho vinha do escritório. Embora estivesse com muito medo, foi vagarosamente e cuidadosamente se dirigindo para o escritório para ver o que tinha provocado o barulho. Passo a passo, ia pelo corredor.
Quando olhou para dentro do escritório, viu um menino agachado, mexendo em uma caixa com recortes de jornais antigos. Não tinha mais do que uns oito anos de idade. Ao lado da caixa, vários maços de dinheiro. A porta do cofre estava arrombada. Jacob levou a mão à boca quando o garoto virou a cabeça e encarou seus olhos por alguns segundos.
Dias depois de Jacob não descer para ir trabalhar, o porteiro do prédio chamou a policia. Arrombaram a porta do apartamento e vasculharam todos os cômodos. Quando chegaram ao escritório, encontraram Jacob caído no chão, de olhos arregalados, sem batimentos cardíacos, embaixo de vários recortes de jornais. O primeiro policial que chegou ao escritório agachou-se e pegou um dos recortes:

30/04/1989 – BARBARIDADE NO TRÂNSITO DE CURITIBA
Foi encontrado hoje cedo na Avenida Sete de setembro o corpo de Bruno José de Paula, de oito anos. Ele dormia nas ruas da região central de Curitiba, mas costumava vender balas no transito do local do acidente. Policiais dizem que ele foi atropelado por um carro e sangrou até sua morte. Não houve testemunhas. Até o momento, ninguém reclamou o corpo.

O corpo de Jacob foi levado para o IML. Durante a necropsia, ao abrir o peito do cadáver, o legista teve uma surpresa: O corpo esta sem sangue e, no lugar do coração, dinheiro e recortes de jornal.

*Conto presente no livro "Noctâmbulos" de 2007. Editora Andross


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