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Segundo o calendário maia esse seria o ano do fim. Mas eles estavam errados. Ou na verdade, mais que certos. Epílogos e finais e novos r...

Os Miseráveis


Segundo o calendário maia esse seria o ano do fim. Mas eles estavam errados. Ou na verdade, mais que certos.
Epílogos e finais e novos recomeços. Assim foi o ano, assim a vida que me foi apresentada;
2012 foi o ano das descobertas e de mais algumas mudanças. Mudanças mundanas e mudanças que eu não queria ter feito.

De janeiro a março, as pipocas e os filmes se tornaram um alicerce onde fiz questão de me prender e apoiar. Conversas e janelas abertas retirando o pó que esta me fazendo engasgar ao tossir lamurias secas.
Abril fechou cada uma das janelas a ferro, fogo e madeira maciça.
Maio reconfigurou cada tarde vazia, cada chuva pesada, cada tempestade alarmante. E parei de contar. Parei de classificar e acompanhar mês a mês feito tabela.
Então as sombras trouxeram morte, caos, dor, ferimento, preocupações, um aniversario falho, perdas, vacilou, arrependimentos, lutas e facas, a sangue pingando com sal e pimenta a fazer curativos.
Lagrimas fizeram parte do dia e da noite, e nas madrugadas as soluções profundas vinham retirar o sono perdido. A antiga depressão de “As Horas” transpassou a razão e os sentimentos e se fez valia onde não sabia mais como lidar.
Voltas, passado se fazendo futuro e um presente sem consistência ou cor; e a certeza de que nada mais era o que era ou o que imaginei poder ser.

Mas não havia mais as corridas noturnas pelo bairro debaixo de chuvas torrenciais. Já não havia cartas a serem escritas, blog’s a serem criados. Idas exasperadas ao Ibirapuera de manhã para refletir e sentir-me parte do mundo mesmo que o resto ao redor quisesse me convencer do contrario.
Não, as palavras já não ajudavam mais, porque eram palavras e não soluções. Não eram praticidades. Não eram os ecos que insistiam em martelar o martelo interno.Eram os cansaços. O cansaço de simplesmente ir para mais uma hora, duas e três do mesmo.
Parado ou correndo, andando ou se arrastando. Era o mesmo.
Enfim algo surgiu, trouxe uma melodia leve e inesperada. Medos antigos assolando e voltas e meias de palavras amigas dizendo para não desistir. Fui, embarquei e aquela chuva torrencial voltou de maneira brutal. Colou em um xeque magistral tudo desde os primeiros acordes de Alexandria a anos atrás ate agora. E Doeu mais. Feito gladiador, empunhei o escudo, pois as armas já não eram leves o suficiente.
Virei às costas e a adaga enferrujada entrou fundo. Fundo a ponto de estancar imediatamente o sangue vertente assim que se desferia rumo ao peito, aos órgãos internos tão a flor da pele quando a própria pele escaldada.

Acidentes, mais peso. Cruz atrás de cruz, e uma toga de espinhos para substituir a coroa.
Já não era o pequeno príncipe ou o antigo rei de Hamlet. Já não conseguia reinar diante de meu mundo.
E tudo que eu via a frente era aquela folhinha sem graça, tímida e gélida mostrando os números do ano que jamais esqueceria.

Foi o ano de remontar o Will que a custo criei. Foi o ano de recuperar células e estacadas que há tempos guardara e esquecera.
Foi o pior ano, o ano de câncer. O ano em que tudo foi debilitado. Em que algo foi destruído. Foi o ano que acabou.

Acabou sem direito a renovação. Foi o ano do fim, tal quais os Maias disseram que seria. Um ano que celebrarei o fim. À meia noite do dia 31/12 para o dia 01/01/2013, será o momento em que irei agachai atrás ou embaixo de alguma arvore, ou mesmo sentar-me na sarjeta. Brindar sozinho por instantes ao céu, ao vento, ao calor do corpo e ao frio ou a chuva a cair.
E deixar as ultima lagrimas de alivio e marra verterem. Saírem do corpo ainda presente e da alma ainda existente, doída sim, amargurada, fria; mas ainda funcional. Respirar os últimos momentos do pior dos anos. E deixa-lo ir. Com respeito sempre. Por ser um inimigo cruel, mas inteligente, mal, mas sagaz. Irônico e com um tom de humor macabro e ligeiramente sádico. Um ano de sociopatias que respeito como disse por sua grandeza maldita, mas que jamais perdoarei.
Não que buscarei vingança, mas que jamais irei querer recordar. Nem mesmo para dizer o fatídico “eu sobrevivi”.

Não sei o que 2013 me reservara ou o que eu reservarei a ele. Mas de uma coisa tenho absoluta certeza sem medo de erros: Quero a chegada dele como nunca antes eu quis.
Algo me diz que o ano de 2013 trará a tona aquilo que vai conseguir emergir diante disso daquilo que 2012 fez aqui dentro; e que isto, este, não será algo normal a todos, mas creio que adorarei conhecê-lo e me tornar ele. Se é que já não comecei a ser...

Vá e me deixe ir. Vá e nunca mais volte aqui. Vá, feito prazer de masturbação rápida. Vá frio, quente ou como preferir. Mas Vá.

No Mais:

Jess Maia: A minha escudeira, que jamais deixei partir mesmo que fisicamente já não estivemos mais exatamente na mesma direção. Se algo neste ano foi suportável, foi a reaproximação daquilo que jamais deveria ter se distanciado. Te Amo!

Rafael Nestardo: ‘Tudo irmão, tudo unido, tudo Brasil’. E o sempre também. Apesar da graça é uma verdade. Grande parte do texto, só você entendera cada trecho camuflado, e mesmo que saiba que esta lendo com os olhos meio cerrados exalando a fumaça do cigarro a meia luz do computador com o coração em ritmos descompassados, si que concordara que o ano merecera um grande e obsceno “chupa” ao final. Porque realmente creio eu que no final a ultima foda foi promovida por nós a ele. Caímos mas tocar o chão? Jamais. Te Amo minha raposa.

PC Guimarães: é te citei sim. Creio que nem lerá tudo, e muito menos entendera metade de tudo – ou vai, já subestimei sua compreensão com relação a mim muitas vezes e me arrependi amargamente - mas se esse ano me ensinou algo, além de que tequila e absinto não combinam com nenhuma outra bebida na Terra; é que certas coisas não são explicadas. Não possuem sentido. E é bobagem dar muito valor a elas alem do extremamente necessário. Tais coisas devem ser apenas vividas ou sentidas. Quando podem ser vividas e sentidas em conjunto; melhor ainda. E atribuo essa teoria a muito de tudo o que foi, é e vira desde o “você é o PC Guimarães?” ate o “que bonitinho, ficou ate o fim”. E por isso em parte respeito esse ano. Te amo Guri.

Vitor Borgheresi: (não to falando com o nome escolhido, estou falando cm aquele que nasceu. O cidadão do RG): por isso deixa as palhas de lado um pouco. Sei que sua compreensão aos de câncer é especial e talvez perspicaz ate demais em alguns momentos. E sei também que você deve ser um dos únicos dos citados aqui que ainda insiste em querer entender o que se passa através do meu olhar constantemente desviado em outras direções, através do meu silencio e comentários mornos e sem sentido. Através da mudança que há entre o Will virtual e o físico. Não pedirei que desista de tentar compreender ou entender o que, quem e como é. Mas saiba: agradeço de verdade. Talvez você não saiba o significado que a tal “licença poética” tem e teve. Mas realmente é algo que não posso descrever da maneira que mereceria ser.

Heloisa Sales: entre encontros e desencontros, esse ano mais do que os outros nossos gênios se bateram quase que de frente como a tempos não ameaçavam fazer. Entre dramas e erros, entre lágrimas compartilhadas e acertos prazerosos, como viagens de carro, e aventuras dignas de um roteiro fantástico de ação e suspense. Permaneci você permaneceu. E quem diria; permanecemos juntos. Irmã mais velha por escolha, mentora por ocasião e um amor brutal por coração mesmo. O ano realmente desafiou. Creio que nenhum de nós aceitamos o desafio, mas no final das contas ele é que esta morrendo e não nós.

Verônica Neves: De 365 dias alarmantes e realmente petrificantes, algo inesperado surgiu em meio a tantos acasos. Você foi um desses acasos. Acabou se tornando uma das melhores amigas necessárias a cada queda, a cada duvida, a cada desespero. Seja pessoalmente ou por in Box e Dm’s. Não importava como. Sempre estava lá. E se há algo que este ano merece um credito é isso. Me mostrar alem dos olhos a visão que sempre vou querer ter.

Cássia Santos: A prima que me fez ver em um ano, coisas que havia esquecido. Que me trouxe mesmo distante de nostalgias que quero guardar e reviver para sempre e que me provou que mesmo que eu me distancie que eu realmente não saiba lidar direito com isso, que família antes de tudo, antes de julgamentos, antes de problemas, antes de sangue; é família. E isso vale mais do que qualquer coisa que eu posso descrever ou imaginar. Que não importe o tempo, sempre estará lá.

Simone Lins, Geisi Andrade, Gabriela dos Santos, Gabriella Fraire, Annette Ceci, Ana Carolina, Patrícia Custodio, Patrícia Cordeiro, Abner Cruz, Erika Bonfim, Diego Ferreira, Jéssica Araujo, Derli Filho, Alan Hathner, Ronaldo Mota. A esses em especial: OS AMO incondicionalmente, por cada detalhe e característica que se fazem verdade talvez apenas em mim. Mas é o que me importa. E digo isso simplesmente para que não esqueçam, pois como dizem por aí, as palavras contem verdades. E por isso faço questão de dizer, nem que seja aqui em palavras, minha maior realidade para lidar com o mundo.

Adeus 2012. Talvez este eu aqui dê adeus junto com você. Mas o ultimo brinde será a você sim. Mesmo que eu faça questão de quebrar a taça assim que você terminar de engasgar.
Há cicatrizes e feridas quentes, outras geladas ainda abertas, por todo o corpo e alem, e através dele. Mas são marcas de guerra...




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