Sonhos...

Todos têm, é verdade. Mas falo daqueles sonhos do tipo líricos, não conquistas e desejos(apesar deles se misturarem as vezes).

Quando repousamos nossas cabeças no travesseiro, e partimos num mundo que não dá para entrar e nem mesmo para escapar. Um mundo nosso, e tão exclusivamente nosso.

Acho que é a única parte de nós mesmos e da vida onde não há falsidade, não há regras, não conseqüências, não olhares. É o único lugar onde podemos ser de fato. Ser.

Pois ali nada pode nos ordenar. Nada e nem ninguém pode nos fazer parar ou mesmo ir em frente. Somos rei e capitão de nos mesmos e de tudo ao redor.

Os sonhos sempre foram muito bem explorados pelo cinema, pela musica, pela pintura, pela arte. Quem não se lembra do Freddy Krueger não é mesmo?

Mas fato é que os sonhos revelam muitas coisas, muitas vezes ocultas aqui, ao nosso redor, mas que ali, a mente (alma, espírito, energia – cada um chama do que quer e crê) consegue fazer ganhar corpo, ruídos e sensações.

Muito bem. O caso é, que na minha vida sempre levei muito a serio a questão dos sonhos.

Sempre convivi no limite da razão e da loucura nos meus sonhos e pesadelos.

Mas nunca os levei levianamente. Sim sei que alguns deles fazem parte apenas daquilo que retemos durante o dia, nada demais. Se passei o dia todo pensando em comer pão com Nutella, sonharei com uma mesa de café da manhã, todos com caras felizes e eu engordando três quilos por segundo me empanturrando de Nutella e pão. Normal e obvio.

Mas há aqueles sonhos quase levianos que nos assolam na calada da noite ou da tarde, ou nas primeiras horas da manhã, que tem um sabor um tanto peculiar.

Alguns chamam de premonição (muitos os usam para ganhar ou ao menos tentar ganhar na loteria, no jogo do bicho) ou simplesmente avisos (de santos, anjos e demônios) de que algo esta acontecendo ou ira acontecer.

Não sei bem o que é, nem como é; mas suas sensações teimam em continuamente a me atormentar e a me visitar, se fazerem vivos em mim. Muitas vezes se perdem, erram e caem no esquecimento, mas outras vezes se fazem presente e insistem em permanecer no caminho.

Ultimamente ando tendo tais sonhos novamente, não chegam a ser pesadelos, são sensações que não ficam onde devem estar. Elas me seguem no despertar e não deveriam.

Daí fico me remoendo em teorias e pensamentos, em musicas e sensações que não me deixam viver. Quero viver e sair dos sonhos mas eles insistem em me perseguir. E cansei de fugir. Ficar parado e esperar para ver qual é a face deles. Será o certo? Não sei, como disse, os sonhos é uma terra de ninguém, não há a regrinha do TUDO TEM UMA EXPLICAÇÃO E RAZÃO DE SER” como aqui.

Mas entre uma filha inexistente de um futuro jamais presente, entre quedas de dentes, túmulos e hospitais, e um andar na chuva aos prantos pela perda de alguém próximo, prefiro só por agora esquecer. Esquecer de lembrar e cantar: