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Há certo tempo que venho ensaiando essa critica. Ensaiando não... Criando coragem de fato. Não é fácil. Geração aqui se define como passage...

Tentativa de critica de Harry Potter e as Relíquias Da Morte Parte II


Há certo tempo que venho ensaiando essa critica. Ensaiando não... Criando coragem de fato.
Não é fácil. Geração aqui se define como passagem de tempo determinada por um evento ou acontecimento.
Outrora, a única geração mais recente que a humanidade possuía era a geração Star Wars. Hoje a mais recente é a geração Harry Potter e explico para aqueles que julgam ser um exagero midiático.
O século XXI iniciou-se em meados de 2001. Mesma época em que HP foi lançada para o mundo no cinema. Apesar de ser classificado e ter cunhão infantilizado ele nunca foi um filme simples. Assim ele só conseguia ser absorvido tanto na tela quanto nos livros por crianças (seu publico alvo de fato) de 10,11 e 12 anos de idade.
Uma década depois, HP consegue fechar uma Era de 10 anos contando uma saga literária de sucesso inalcançável alem de acompanhar a vida de uma geração de pessoas hoje adultas que cresceram lendo e assistindo e esperando cada novo livro, cada novo filme a cada ano que surgia. Por esse fato sim HP é dono de uma geração tal qual Star Wars possuía e ainda possui e sim Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 2 fecha o final de uma Era.
Pois bem, considerações feitas, caneta e papel, calmante e muito lenço de papel para conter as lagrimas, já em mãos; vamos iniciar minha singela critica Fílmica de HP 7.2. Aonde irei me atentar a parte HISTORIA em si e não nos termos técnicos de fato. Afinal sou fã da saga e não conseguiria ser totalmente imparcial e nem vou tentar ser.

Harry Potter e As Relíquias Da Morte
Parte II

O filme se inicia após a morte de Dobby. Harry, Rony e Mione estão no Chalé das Conchas (morada e refugio de Gui e Fleur – irmão e cunhada de Rony) se preparando para o próximo passo rumo à procura e destruição das horcruxes de Voldemort.
Com uma atmosfera carregada e densa, David Yates(diretor)nos conduz para o fim. Cada cenário, cada dialogo cada cena, cada figurino, cada melodia da trilha sonora nos afirma isso. Não há como assistir o filme com um sorriso no rosto. Não há como você assistir HP7.2 leve, em alto astral. Assim que o logotipo da Warner entra em cena e vemos tal qual um regime fascista os alunos de Hogwarts marchando por entre as terras da escola observados de longe por Snape com ar majestoso e sombrio, você entende que nada ali é bobo, nada ali foi feito para ser engraçado ou romântico. Você esta entrando num mundo caótico, perigoso, serio, tenebroso, pesado. Não há fantasia, há medo e angustia. É uma guerra. É onde tudo termina...
A fotografia é belíssima. Com tons frios com texturas quase palpáveis, ela consegue destacar cada ato de forma que eu particularmente nunca havia visto.
São brilhante algumas passagens tal qual a cena do roubo de Gringotes, em que é mostrada em planos abertos as montanhas, a paisagem verde de forma tão realista, tão mágica, para no instante seguinte com um baque nos vermos nas sombras novamente percebermos que aquilo não passa de uma momentânea ilusão.. Há perigo ali, nada é belo ou zen. É perfeito.
Efeitos sonoros, e trilha sonora também cumprem seu papel magistralmente. Trilha melancólica, moderada sem firulas atinge o ponto certo. Nada de explosões, sustos com gritarias sem sentido... Nada disso. A trilha merece ao menos indicação ao Oscar do ano que vem.
Falar da produção, maquiagem e figurino e atuações também seriam bobagem. Um nível técnico excelente que sem duvidas esta entre as mais respeitáveis dentre as atuais do cinema mundial. Insuperável. Bem feita. Um zelo impar.
Bem, vamos ao Roteiro e condução da historia que é onde me aprofundarei como havia dito.
Primeiro tem que se entender o seguinte. Linguagem cinematográfica não é igual à linguagem literária. Ponto.
O que funciona no livro não necessariamente funciona do cinema. E vise e versa.
O tipo de envolvimento que o leitor tem com o que esta sendo narrado é intimista se dá de dentro pra fora. No cinema é o inverso. O cinema tem que buscar o envolvimento do espectador de fora pra dentro. Ele tem que mostrar algo que nos faça buscar em vivencias externa algo para relacionarmos internamente. È complexo é difícil.
Assim dizer que o filme deveria ser totalmente fiel palavra por palavra ao livro é besteira.
Mas HP7.2 consegue ser quase que 95% fiel ao livro e ainda assim melhorar e sim piorar algumas passagens da obra de J.K.Rowling.
Exemplos como as mortes de Remo e Tonks.
No livro o ambiente é de exaustão. Nada mais choca como antes. Você esta em guerra plena, num caos. Onde você vê crianças e velhos morrendo ao seu lado, com sangue nas mãos, atirando feitiços ao vento sem saber se eles atingirão amigos ou inimigos. É ver um irmão tendo a cabeça arrancada e não poder nem ao menos parar e lamentar ou questionar Deus com um “por quê?”. Afinal se permitir entregar ao pesar é a diferença entre morrer e viver. É esse o clima da batalha. Assim muitas mortes passam, são descritas de forma nada esmerada, são rápidas, mas ali no livro funciona. Não é preciso ler o modo como ocorreu o que importa lá é quem ainda resiste e quem já se foi. Cada corpo que é visto no chão sem vida é um choque a mais. Nos ali nos mesclamos com o personagem. A dor deles são nossas dores. É sublime o que a Rowling consegue ali. E assim é com Remo e Tonks. Num momento em que muitas mortes já ocorreram a deles do nada aparecendo assim no chão, encobertos por mortalhas apenas expressa em nos choque. Meio que calejados já não conseguimos mais pensar lamentar. É seguir em frente, virar à próxima pagina para mais uma dose de dor e perda. La funciona.
No filme não. O diretor optou por deixar essa cena idêntica ao livro e La não da certo. Dá merda.
Harry entra na escola e vê os corpos de Fred, Tonks e Remo ali jazidos sem vida no chão.
Ponto.
Não há emoção, não há choque, há apenas aquele: WTF? Como? Quando? Por quê?
Não funciona, não há a devida importância que no livro tal fato causa. Porque aqui é cinema. Aqui o clima, atmosfera estava de frenesi, esta de ação. Cortar a narrativa para algo sem “pegada” não da certo, não causa o impacto que deveria. Aqui deveria ser mostrado o modo como a morte ocorreu por mais que no livro essa cena não exista. Assim funcionaria. Teria carga dramática.
Ainda na linha mortes, a morte de Snape é o inverso. No livro não há emoção. A morte é rápido, objetivo. Mordeu morreu e próximo assunto. A morte dele é deixada em segundo plano. Pois os acontecimentos e as memórias dele são mais importantes que ele deixando o palco da vida.
Já na tela o diretor fez o inverso ele melhorou essa cena. Ele não só mudou o local e a forma como a morte se dá, como tornou ela violenta, longa, demorada e cruel. Com a trilha certa e a posição de câmera acertada; “vemos” Snape morrer de forma sublime e assustadora. Por mais que a guerra esteja ainda rolando que haja tantas coisas em jogo, por aquele momento todos, prendemos a respiração e voltamos nossos pensamentos a ele, a morte e mesmo um grito mudo de “AJUDEM-no” é reprimido nesse momento. Funcionou.
HP7.2 não é o melhor filme da historia, mas com certeza é o filme do ano, ou um dos 3.
Ele consegue fazer o que o cinema foi criado para fazer: emocionar, fazer sentir, pensar, temer e querer.
Por duas horas ele nos faz esquecer a realidade, falando de realidades. Ele nos aproxima de nos mesmos ao mostrar demônios dos personagens sendo revelados e confrontados.
Alias o grande mérito de Harry Potter sempre foi esse. Nunca foi a fantasia, as varinhas e vassouras, a magia em si.
Mas sim o lado humano mostrado de forma densa, sem rodeios, sem dó, velados com a imaginação e o refugio de um mundo diferente do nosso, mas assim mesmo tão parecido.
E HP7.2 faz isso. Ao invés de carregar nas explosões e pirotecnias, ele escolhe mostrar o drama humano (bruxo no caso) em que o silencio grita, em que o olhar pesa em que as lagrimas doem. A trilha e a fotografia fazem isso também a cada segundo.
Ele nos transporta para aquela guerra, o filme nos faz torcer e sofrer e perder a cada combatente morto, a cada nova ferida. È uma experiência surreal de verdade.
Não é perfeito como eu disse, mas chega MUITO perto disso.
Claro que a trama ajuda, mas o filme se sustenta sozinho também.
Particularmente eu mudaria alguns pontos como, por exemplo, adensar mais os fatos das mortes e perdas. Não durante a guerra. Após tudo se resolver da maneira que tinha que ser feito eu exploraria a emoção o dramalhão mesmo, com lembranças ou flashes back dos mortos e seus momentos na serie. Assim como daria mais tempo e destaque a cena em que Harry conversa com Dumbledore. Ali muito é resolvido, muitas coisas se amarram. Era a oportunidade única do diretor e roteirista amarrar aquilo que ainda tava solta em anos de erros anteriores na serie cinematográfica (nos livros não há uma falha). Mas...
Alias como comentário HP em minha opinião apartir do 4° filme deveria ser todos em duas partes. Impossível contar uma trama densa e complexa como aquela em apenas 2 ou 3 horas de filme cada um. Impossível.
E como ressalva em minha opinião Relíquias da Morte é um filme só. Parte I e Parte II devem ser encaradas como um filme só. Por mais que eles filmicamente falando sejam independentes em questões técnicas e narrativas. Eles são uma só historia. Relíquias parte 2 é ótimo por si só. Assim como a parte 1 é boa por si só. Mas os dois juntos sem intervalos são excelentes ficando assim (juntos) como um dos maiores filmes da historia do cinema nos ultimas 20 anos.
Outro comentário meu é que assim como nos livros Enigma do Príncipe e Relíquias são uma historia só pra mim. Ao contrario do que ocorre nos livros anteriores, apartir de Enigma inicia-se uma historia que só tem fim na ultima pagina de Relíquias.
Por tanto os filmes Enigma, Relíquias parte 1 e parte 2 também deveriam ser encaradas como um filme só. Ou mesmo Relíquias sendo a parte 2 de Enigma e Relíquias por si só como um filme só (parte 1 e 2 juntas num único filme) .
Toda via assim como o ultimo tak de Relíquias parte 2 sugere, o mundo potteriano não esta em suas palavras em latim, no poder de suas varinhas e velocidade de suas vassouras nem mesmo na cicatriz de Potter, mas esta na força do olhar. Na força da face. Na força humana que aqueles três amigos inseparáveis demonstraram. O lado mais sombrio e mais nobre da historia da humanidade. Assim dizendo que o trem partiu, foi embora. Terminou para nos que carregamos nas costas com orgulho e prazer essa geração, e que agora é a vez de uma nova geração surgir e quem sabe ter o privilegio de conhecer esse mundo também. Mas ele mostra que Hogwarts não foi embora naquele trem e nem mesmo nos créditos finais quando a luz do cinema se acende, por que ele nunca esteve escondida atrás de capas e paginas de livro e nem em nenhuma plataforma matematicamente insana. Ele esta escondida dentro de nós. E assim basta olharmos pra dentro de nós mesmo para reviver cada momento mágico que ele nos proporcionou e lembrar que Hogwarts sempre estará lá para ajudar aqueles a quem a ela recorrerem...


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