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  Passa o tempo tão depressa que me pego pensando onde vamos parar. Os carros, com suas buzinas a cada dia mais altas e, no entanto sem som...

Cotidiando


 Passa o tempo tão depressa que me pego pensando onde vamos parar.
Os carros, com suas buzinas a cada dia mais altas e, no entanto sem som algum... Nossos ouvidos já não são mais como antigamente... Hoje não se ouve nada, só se escuta...
Os olhos na poeira que levanta do asfalta quente, as gélidas poças d água no caminho, entre a escola, o trabalho, a faculdade, o curso, a academia, o cinema, o teatro, o show, as rodas de arte, os saraus, o consultório medico, o veterinário e o dentista, o metrô, o ponto de ônibus e a estação de trem, o aeroporto, o mercado e o cabeleireiro, o banco e a agencia de modelos...
Tantas idas e vindas de um cotidiano, seco, amargo, complexo, intenso, confuso e angustiante – desgastante.
E é então que as pequenas coisas, os pequenos prazeres, chocolate e brigadeiro, pipoca com manteiga e queijo, um filme no fim de tarde ou aquela serie, aquela musica, aquele copo de refrigerante, denotam felicidades instantâneas de minutos ou segundos... De total satisfação, seguidas de frustrações incapazes de se sustentar por muito tempo. Logo o sinal passa do vermelho pro verde e tudo inicia outra vez.
Mais carros, mais caminhões e bagunça... Bicicletas e xingos ao vento. Brigas e discussões. Pessoas estressadas no limite da razão e da loucura. Onde os sonhos não são mais lembrados ou são loucos, onde cada segundo de paz, sossego e tranqüila, de sono e descanso são raros... Já não há mais vagabundos como antigamente.
Todos somos moradores de rua, não saímos dela. Cada teto que passamos é um lar, já não há o doce... Apenas o lar. Que hora é na estrada, hora é nos trilhos do metro. Passamos cada momento da vida fora e nunca dentro. Seja de casa, do apartamento, ou de nossa própria casca, pele...
Renovando a cada dia, nos transformando em arremedos do que no passado ou no ontem imaginávamos sermos amanhã e hoje. Os planos são inversos e se adéquam a cada hora. Passo a passo. O calendário são ponteiros de um relógio que hoje se chama vida cotidiana.
Não há um ciclo a ser coberto... E nem folhinha jogada fora... Nada se repete, mas é constantemente igual.
Deja vus em toda parte... Todos somos um pouco profetas... Não há tempo para nada e precisa-se de tempo para tudo.
A fé aumenta no instante em que nos vemos e sentimos a beira do precipício. Para uns é o momento exato de sair e lutar, para outros o momento certeiro para se acolher e rezar, para muitos é o momento de ligar o foda-se e seja o que for, custe o que custar... Não há importância... Outros mais desistem e se vão a cada nota musical silenciada...
São tempos de guerra, guerra ao terror... São tempos de avatares calcados no calor e miséria, de pensamentos controversos e ideologias inversas... São Titanic’s, afundando em seu próprio casco... Não mais um iceberg...
É o cão, o gato e o rato... Ambos correndo... Ambos com medo da tela da TV, da tela do PC da tela de exibição, da tela do celular... Da tela espelhada refletindo o inimigo maior, há tempos conhecido e sabido, mas nunca aceito e combatido.
São tecnologias superando organismos... E relacionamentos se provando a toda prova...
Não é fácil ser e estar num cotidiano...
Porque nada mais é como antigamente... Na mente de quem sente rente, quente, e mente... O antigo se tornando novo... O futuro mudando de nome com o presente...
Na rua, La fora ou na frente de alguma maquina qualquer... O sinal trava no amarelo, de atenção e incertezas, como num pisca-pisca incessantemente dizendo: “Cotidiando...”
E assim a vida segue... Feitos ratos na roda, feitos coelhos de relógio de pulso quebrados, feito humanos... Pra sempre (?)
Cotidiando... cotidiando... cotidiando....

*Foto by Simone Lins


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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.