Ela me sugava como feto a se alimentar da própria mãe.

Ela sorvia cada gota, cada plasma sem pestanejar, sem dó, sem se conter...

Bianca..era esse o nome segundo o RG em seu jeans sujo de poeira, mato e algo que eu não sabia identificar. Não importava. Era minha linda criança amante naquele momento, se apegando com toda a vida a essência da morte que estagnava em minhas veias de milênios.

Naqueles segundos com as presas a mostra, pronta para degustar-me de sua pele macia e floral eu me peguei pensando em como deveria ser meu gosto para os humanos. Mil anos de bilhões de vida contiam meu sangue. Mil anos de vida... Contudo para alimentar a morte latente em mim.

Ironia talvez quem sabe.

Para mim, para nós o sangue humano era nada menos que luz, a luz que nos foi tirada como castigo tolo por desafiarmos a natureza.

Mas ainda acho que isso é uma hipocrisia. De que somos diferentes da própria natureza que criou tudo para ser parasitas. Sementes parasitas da terra, fetos parasitas de seus criadores. Tudo é parasitório. Tudo é sugado para sobrexistir.

Um ultimo esgar e seu corpo falecido cai já endurecido ao chão. Desperdício. Se minha fome não fosse tão luxuosa eu teria a transformado para sorver mais durante alguns séculos.

Mesmo que seu sabor se perdesse por entre a linha tênue de ser um saco de excrementos ou de ossos e sangue falecido.

Naquele dia o meu maior segredo fora revelado ao mundo, e eu não me importava, por entre as coxas do sexo daquela virgem eu me embrenhava cada vez mais, dançando por entre seus líquidos internos fazendo-a sorver do ar como quem quase morre afogado.

Era delicioso, um sabor incomparável. E mesmo ali na minha fome de cada dia eu ainda pensava nela... E em como ela me fazia falta, mesmo que seu alimento fosse apenas beijos quentes sem sangue e com lagrimas doces...