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As fotos amarrotadas no soalho frio faziam recordar toda aquela falta que era palpável. Aço e pele. Conseguia ver e sentir, o riso morto e...

Além de Você


As fotos amarrotadas no soalho frio faziam recordar toda aquela falta que era palpável. Aço e pele. Conseguia ver e sentir, o riso morto eternizado no papel pelos flashes. Eles eram lindas cirandas poéticas de tudo o que já passou.
De tudo o que era chamado, mas nunca chegou.

Hoje em dia, depois dos sete dias e milhões de noite de resguardo, de silencio, de abalo. Me olho do espelho, ou no reflexo das águas, um pedaço, uma sombra do que captei e guardei de você.
É o modo que falo, ajo, digito e ando. Talvez o meu humor. Meu gosto por comidas, cheiros e texturas que de uma hora para outra, parecem ter impregnado no meu jeito de ser, estar e viver.
Como se quando você abriu aquela porta e fechou-a sem levar a chave, um pedaço seu tivesse ficado na minha casa, no meu lar, no eu, abrigo. Feito seu perfume, tão adocicado e enjoativo, mas que me fazia reconhecer sua chegada e hoje, somente a sua partida.
Não há lamentações. Há a falta de fato. A saudade que brinca de ser espada e escuto na batalha da vida.
Ela que me faz revisitar sem roupas novas ou horários planejados, musicas e filmes, textos e lembranças, tons de voz, lugares, sabores e dias, sensações na pele, piadas, e segredos que mesmo em alguns meses, já se tornaram anos sem fim.
Saudade essa sem cor, mas que borra o chão que piso, sem deixar marcas, mas deixando atrás de mim, vestígios de tudo o que já suportei e tudo o que já conquistei por cada falta que se fez não presença em mim.
Vejo um homem forte a frente, vejo alguém sensível e que resiste com toda força que possui para não sucumbir a frieza que parece querer me abraçar feito velha melhor amiga que jamais conheci e estou destinado a agarrar.
Percebo mais alem tudo o que o horizonte quer oferecer. Cada sorriso e palavra. Cada tentativa de tantos em querer fazer parte, sem desconfiarem que já não há nada inteiro para partilhar. Mas mesmo assim conseguem construir o que falta.
Continuo sonhando e tornando cada uma dessas sensações oníricas em poesias, textos, letras, alegrias momentâneas e ate mesmo em lições que faço questão em aprender.
Abro os olhos e enxergo muito alem do que meu coração insiste em gritar.
O silencio, o engano feito propagandas políticas na TV. E assim lhe dou paz.
Deixo a mente vagar e me torno mais amigo daqueles que estão aqui, que estão vindo, mesmo que não deixe de espionar e ouvir os sons longínquos dos que estão lá e indo.
Sim, estou precisando fazer falta, e nessa falta, sinto sua falta, mas já não mais sinto sua ausência.
Essa resolvi não sentir.
E por escolho, pinto as paredes da minha consciência e do meu orgulho, sem antes raspar a tinta que estava por baixo.
Mesmo sabendo que um dia, voltara a descascar. Mas por hoje, só por hoje, só quero a beleza do sol entrando pelas janelas das minhas possibilidades, me mostrando tudo que há lá fora. Alem de você.


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Um comentário:

  1. quando a identificação é enorme, só resta dizer que nossas almas são almas atormentadas.

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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.