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Passava das três da tarde e eu continuava na mesma situação. Era dia de trabalho extenso na copiadora e eu continuava na mesma situação....

Naquela Noite


Passava das três da tarde e eu continuava na mesma situação.
Era dia de trabalho extenso na copiadora e eu continuava na mesma situação.
Não sei bem qual foi o start inicial daquela situação mas eu ainda estava me sentindo perdido. 
Por algum motivo, no entanto, hoje estava sendo pior. Muito pior. 
Lua, calor atípico de inverno... Não sei.
Minha libido estava à flor da pele, o sussurrar de qualquer cantor no radio me fazia vibrar no mesmo ritmo das cordas da guitarra ou das batidas da bateria.
É claro que eu sempre quis ser assim: Livre preso da noite. 
Mas nunca consegui de fato. Ressaca moral acentuada constante desde que nasci.
Mas eu sabia que aquela noite seria diferente.
Terminado o expediente resolvi voltar a pé para casa. Para casa não... Eu queria algo e sabia bem o quê.
Mas o que eu queria de fato eu não poderia ter, então: plano B.

"- Alo? Ricardo?"

- onde e quando?

"- agora. Em casa."

- na sua ou na minha?

"- Na sua... Pode ser?"

- Você tem certeza? Decidiu?

"- se você não quer ou não pode..."

- Nada haver... Você me entendeu... Tem certeza?

"- sim tenho – falei com firmeza, apesar de o coração fazer todo o corpo tremer."

- ok. Ate daqui a pouco então é só tocar a campanhia...

Atravessei a rua e peguei um taxi.
Não podia me dar ao luxo de pagar um, mas a urgência era tanta que...
Cheguei aquela casa tão conhecida ultimamente, verde de aparência barroca e portões brancos.
Toquei a campanha duas vezes e ele apareceu.
Alto, musculoso, 15 anos mais velho. Um olhar de malicia e uma boca arrasadora. Mãos feitas pás, porem bem cuidadas.
Estava sexy como sempre.
Ele me recebeu com um sorriso, seguido de um beijo alucinante na boca. Na rua mesmo sem se importar com quem passava, nem mesmo seus vizinhos; nada. Fiquei vermelho. Parte pela situação e parte pelo calor que emanou pelo meu corpo ao seu toque.
Sua língua passeava se forma ligeira e um tanto rígida na minha boca, sugando-me por inteiro e tirando meu fôlego.
Deixei-me amparar pelos seus braços grossos e rumei para o interior da casa.
Não sei como ele conseguira aquilo com apenas 40 minutos de aviso prévio.
Velas aromatizadas vermelhas, um cd do Radiohead numa vitrola, vinhos e taças em cima de uma mesa de tampo de vidro ao centro de uma sala, com almofadas espalhadas e algumas pétalas de rosas brancas.
Ri e ME emocionei pelo cuidado.
Ele me olhava atentamente meio apreensivo. Aguardando minha reação. Ao ver que eu gostara ele abriu um belo sorriso e me conduziu às almofadas me servindo de vinho enquanto trancava a porta.
Acomodei-me e reparei que havia frases nas almofadas fofas e quentes (ele teria as passado?).
"Sexo", "libido", "calor", "cachorro", "quente", "molhado", "cama", "gozo..." Palavras com teor de excitação. Funcionavam naquele clima.

- Antes de começarmos... Por quê? – ele me questionou olhando nos meus olhos, com sua voz levemente rouca.

Era uma característica dele que me irritada. Olhar no fundo dos meus olhos castanhos. Eu tinha a mesma característica talvez por isso a aversão a esse seu “Dom” de me ler. E que olhos. Levemente esverdeados...

“- Eu simplesmente... Quero. E muito... É que...”

Não pude completar a frase. 
Ele me calou com um de seus dedos nos meus lábios e me puxou, quase que no colo, ate seu corpo quente e ofegante. Seu cheiro de macho dominante me atiçava.
Sentei em seu colo. Ele estava totalmente ereto. Acomodei-me ali, contraindo a bunda em cima dele numa tola tentativa de excitá-lo mais.
Mas bizarramente eu o excitava.
Nunca tive um corpo excepcional. As fotos podiam ate revelar beleza. Mas eram cliques mentirosos na minha opinião.
Ele foi tirando minha camiseta e beijando cada parte do meu corpo, enquanto seu penis se inquietava dentro das calças - extremamente apertadas a essa altura - para mante-Lo la dentro.
Eu o ajudei.
Eu já estava suando assim como ele, quando consegui colocar minhas mãos pequenas dentro de sua calça e sentir toda a extensão de seu penis ereto.
Era descomunal em minhas mãos. Grosso, cheio de curvas e veias. Uma cabeça rígida e arredondada com uma leve ponta.
Eu massageava seu pênis fazendo-o expelir pequenos jatos de liquidos brancos. Ele estava vibrando de olhos fechados.
Empurrou-me, com certa urgência e força, sem me machucar, contra o as almofadas. Um pouco do vinho caiu sobre meu rosto, e ele imediatamente se pôs a lamber e beijar minha face cada centímetro, sem cessar. Como se estivesse com sede de minha pele.
Já nus - eu e ele -, me coloquei agachado por sobre seu enorme corpo e o chupei-o, Ate onde conseguia. Enquanto ele segurava minha nuca firmemente de modo a me dominar.
Olhei pra ele, diretamente em seus olhos e supliquei. Uma suplica silenciosa. 
Ele entendeu. Era o que ele mais queria e eu também.
Ele me colocou de bruços, meio de lado, me abraçou por trás de forma carinhosa, e sem entender direito como, inundou minha bunda com um liquido morno, bem espesso, feito óleo que esquentava conforme a friquisão de seus dedos grossos.
Primeiro ele introduziu um dedo cauteloso no meu anus. Depois dois. No terceiro eu gemi e literalmente gritei. Doía, mas ele me abraçava e me beijava enquanto me bulinava com rigidez. Aos poucos fui me abrindo, dolorido, me entregando. Minha mente parara de funcionar e por algum motivo somente os sons, gostos e odores eram evidentes. 
Sem avisar ele retirou os dedos e os substituiu por seu penis totalmente ereto e lambuzado.
Não gritei, mas deixei escapar uma exclamação de surpresa. Era um misto de desconforto e dor, prazer e algo que não sei nomear exatamente. Era quente, macio, bruto...
Ate o fim ele meteu em mim, sussurrando, gemendo, puxando, mordendo, lambendo, beijando, massageando, acariciando. De forma bruta e carinhosa ao mesmo tempo.
Gozei como nunca antes; sentindo um vazio quando ele saiu de dentro de mim.
Fiquei ali em seus braços, ironicamente quase paternos; e protetores e dormi.
Sonhos de desertos e fadas.
Acordei meio atordoado, dolorido; com um vazio no estomago querendo usar o banheiro. Vi que ainda estava nu, com ele me abraçando e uma expressão de felicidade no rosto. Beijei-o na boca, sem acordá-lo, desvencilhei-me de seus braços e fui ao banheiro. Aproveitei e tomei um longo banho bem quente.
Parte de mim se orgulhava do que eu fizera, outra parte não. Essa outra me castigava internamente dizendo: 

– pois é. Agora não há mais volta.

Não queria pensar.
Mas não conseguia me conter.
Saí de La e me sequei. Cacei minhas roupas e vesti-as. Sem acordá-lo deixe-lhe um bilhete agradecendo e dizendo-lhe que ligaria assim que chegasse em casa.
Na rua, avistei uma praça. Já anoitecera. Talvez por volta das 21 horas. Fazia frio e garoara mais cedo pelas manchas molhadas no chão e nas arvores em volta.
Sentei num banquinho de mármore seco ao centro da praça e chorei. Chorei com amargura e felicidade. Desvairado. Um misto de risada sem alegria e choro de prantos incontidos e dor. Eu finalmente tomara a decisão e o primeiro passo para tentar esquecer o inesquecível.
E isso era feito um parto e um falecimento em mim. Eu acabara de matá-lo da minha vida. De mim. E Jamais voltaria a olhar pra trás. E assim estava dando um oi para um novo amanhecer. Um novo Julio.
Seja lá o que isso significasse...



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