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Quando se vai preparar o feijão para cozinhar, antes precisamos aprender a escolhê-lo e lava-lo em água corrente, muito bem.  É que noss...

Escolhendo Feijões


Quando se vai preparar o feijão para cozinhar, antes precisamos aprender a escolhê-lo e lava-lo em água corrente, muito bem. 
É que nossas mães nos ensinam desde novos que precisamos separar as pedras dos grãos comestíveis, para uma refeição completa e saudável.
Essa ideia permanece por varias outras facetas, não só da gastronomia.
Ao passo que envelheço, vou abrindo portas e janelas em corredores e ruas abandonadas que exigem uma visão mais apurada e um sentido de tato milimétrico em cada escolha que faço.
Amores, projeções, amizades, dissabores; cada um é como um feijão ou uma pedra num grande saco que tenho que manusear continuamente.
Não são escolhas de valor, mas sim escolhas de vida e sobre vida, sob a vida em que preciso delimitar ate que ponto serei o fogo, a água, a panela, o tempero ou apenas o degustador das iguarias formadas nesse caldeirão de vozes e cheiros e sentimentos.
O problema surge quando o saco esta cheio – como o meu parece estar- de personagens, de gostos, de ocultações, de respirar fundo e esconder pensamentos, de vestir uma manta a encobrir o arrepio de pele, e de mal entender o que se quer, o que se espera, o que se fere, o que se ganha e tem, e o que se sente e percebe.
Não que eu esteja saturado, mas as horas – sempre elas – parecem zombar em seu TIC TAC continuo, trazendo a velhice amarga, sem sabedoria e vivencia, em uma juventude imediatista que suporta demais, que tem demais, que pensa demais, que corre demais, que sente demais, que falta demais, que implode demais. E que por isso, assim, se repete e se torna cíclica demais. Como eu.
Queria ser empático com essa vida nova-velha e por vezes anárquica que se diz consumista mas que consome mais do que oferta.
Confusão - alguns diriam.

“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele.”- Carl Ransom Rogers sabia disso. E Eu estou aprendendo a entender também.

É como soltar a mão do mundo e segurar firme na de alguém, seja ela possibilidades ou defeitos, e acreditar em sua própria fé (que nada tem haver com religião) e rumar em confiança a ela e consigo mesmo, sem temer a mão afrouxar.
Nem sempre consigo identificar essa mão, nem mesmo sei se a quero ou se a espero. Aquele sentido, aquele cessar de perguntas.
Dizem por aí que a vida é uma constante procura pela felicidade e pela paz. Estas que são feitas em pedaços e espalhados pelo mundo e pelo tempo – nossa permanência em vida. E que a razão e sentido dela são justamente o encontro desses pedaços e a junção deles, resgatados, identificados e colados. E que é entre essas frestas que se formam entre a cola e esses elos que esta o sentido da vida. Alguns dizem que estas frestas tem o nome de amor; outros dizem que tem o nome de alguma pessoa especial; outras tantas dizem que o nome real é dinheiro e tempo. Mas hoje, num pequeno pedaço de fresta de meus elos, eu só queria que essa cola fosse PAZ. Paz entre quem sou e quem devo ser.
Esse seria meu sentido. Essa seria minha possibilidade de empatia com o Meio e o Todo. Essa seria a mão que tanto se apresenta frouxa.
Esse seria o feijão gordo e suculento no qual eu me saciaria por muito tempo.
E mesmo assim, parando para escutar em volta, um som me chama a realidade obvia: "Eu vou ter que sair, pra depois voltar" e eis a máxima que não cala, que sinto, mas que eu mesmo não me deixo ser e estar.
Mais uma pedra no caminho...




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2 comentários:

  1. "Entre pedras, coadjuvantes e contravenções vamos tropeçar na vida, cair na realidade e levantar na satisfação"
    Belo Texto Rapaz. >.<

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  2. Precisa sair de casa. Ter seu próprio canto, no mínimo.
    PFVR trabalhanooo!

    Dan.

    ResponderExcluir

Will Augusto. Tecnologia do Blogger.

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