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Estranho quando você percebe que não esta só no mundo. que mais pessoas ao redor da vida, em varias épocas sentem e sentiram a mesma dor q...

Espelhos N'Água

Estranho quando você percebe que não esta só no mundo. que mais pessoas ao redor da vida, em varias épocas sentem e sentiram a mesma dor que você; que compreendem ainda que ainda não sejam capazes tal qual você de explicar em palavras escritas, visuais, musicadas ou faladas isso. Porem se isso poderia fornecer na teoria um consolo a essas almas, essas cabeças peregrinas, na verdade em mim ao menos causa desconforto. Uma mescla de alegria, paz e tristeza/desespero. Por constatar que mesmo que eu não seja o único a sentir tais dores, esses outros muitos sem rostos, tal qual eu permanecem para sempre sem solução para acabar com isso. Isso porque aos poucos se entende que ha pessoas que nascem assim. Tal qual impressões digitais. Quem nasce inquieto vive e morre inquieto. Alguns aprendem a disfarçar se tornam atores e atrizes para seu próprio palco, mas a dor não muda, não vai, não cessa. Ate silencia, mas não morre.

Então muitos dizem não entender e de fato não entendem porque a pessoa que tem tudo, dinheiro, família, amigos, é amado, ama, tem saúde, disposição, força, vitalidade, perfeições, os dois braços, as duas pernas, todos os sentidos funcionando como se espera; Por que essas pessoas se suicidam, entram em depressão, são infelizes, quietas, barulhentas, solitárias. Não, você que não entende, jamais entendera. Não dá.

O vazio, mesmo quando cheio é pesado demais. O vácuo também preenche, também esgota. Para cada um a dor é uma coisa diferente. A minha não é a mesma que a sua, alias, nem mesmo eu sei qual a minha. Só sei que as vezes, certas artes - a unica coisa que consegue chegar perto de traduzir o que bomba ou o que não bomba entre os gritos e silenciosos do peito e da mente -  me fazem olhar para o que eu diariamente, hora por hora tento disfarçar. Vivo atuando, desde que percebi que lagrimas só causam dor de cabeça, narizes escorrendo e garganta seca. Atuo pra mim, alem de mim, dia  apos dia, para ocultar esse vazio que não se preenche. Chamo de dor, que não existe cura ou morfina. Por ela eu sou o que sou. Não sei o que seria sem ela. Feito espelhos d'água me vejo, reflito, canto, filmo, escrevo, rio, me perco, dramatizo, coloco problemas para resolver, me afundo, me afogo, mas sempre com um salva vidas de escarnio. Apenas para sentir o melhor dessa dor, e esquecer da outra parte que me impede de falar alto, me impede de demonstrar tristeza e rir continuamente a todos. que me fez esconder atras de computadores, cartas, livros, cadernos, filmes, series, personagens, musicas, shows, bandas, peças de teatro, e o olhar baixo enquanto ando na rua. Que me faz tirar foto sobre foto para ver uma face diferente da que tenho por dentro e me auto afirmar- não me findar-. Como e deixo de comer, faço amor, sexo, fujo mas permaneço em nome de lembranças mesmo as que quero e deveria esquecer. Volto para trás e danço, ou pernaço deitado de olhos fechados sonhando e sonhando ainda que em pesadelos. Que ma faz temer o futuro e não enxerga-lo comigo nele.

Por essa dor não nomeada eu sinto, para não sumir pelo ralo ao virar água, escoar-me por ela e morrer. sumir, entrar no esquecimento do nada e não mais sentir. Sem medo, é apenas que prefiro escolher ficar e sentir, doer. Sim, doer, para quem sabe quando o nada chegar, eu consiga obter o prazer de saber como é se diluir entre ela e por ela.

Estou doendo...


**Texto/Reflexão extremamente pessoal do autor, após a exibição do documentário nacional 'Elena' da diretora Petra Costa.


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