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Agridoce.  Melodias suaves para corações amargos... Ou letras acres para pessoas doces... Surgiram descompromissados, sem muita expectati...

O Casulo Se Abriu....

Agridoce. 


Melodias suaves para corações amargos... Ou letras acres para pessoas doces...
Surgiram descompromissados, sem muita expectativa, tímido, feito primeiro amor, feito criança dando seus primeiros passos, seus primeiros 20 passos...
E hoje chegou aos meus ouvidos, formado (ou quase) com os pêlos começando a se manifestar, com os hormônios começando a turbilhar, os peitinhos já fazendo volume sob a blusa, os pensamentos longe e ao mesmo tempo tão internos.
É assim que vejo agridoce.
Vejo, não.
Tai algo que é difícil definir bem. A Agridoce não deve ser escutada, nem vista; e sim sentida, da maneira que for, com ternura, com pesar, com medo, pavor, libido ou mesmo osmose, mas sentido.
Deve ser esquecida a voz por traz daqueles timbres, devem ser esquecidos os dedos por trás daquelas melodias. Deve se sentir a letra, sons e sensações. É arte com textura. Pelo menos senti assim.
Não vou definir porque não dá. E ponto.
O que farei é tentar descrever o que cada uma representa por enquanto. O que cada uma me fez sentir (me repito na palavra sentir percebam). No que captei.
Mas já aviso que sei que terei que analisar de novo daqui uma semana ou daqui umas horas em alguma madrugada qualquer... No momento em que ele vier de novo, bater me pegar de jeito para alçar vôo com eles novamente...

Embrace The Devil

Confesso que quando soube o nome dessa faixa no álbum logo imaginei algo soturno, psicodélico extremista sabe?(julgando o livro pela capa).
Mas o que ouvi foi algo diferente. Não havia nada de soturno ali, mas também nada de terno.
Era estranho, diferente do que já havia experimentado vindo da Pitty e do Martin (com o Martin e Eduardo, a Chá de Bebe e etc por exemplo) era diferente. Folk na essência, mas havia mais.
Todos mentimos não? E noto que não estava tão enganado assim...
A letra assusta e diverte. É irônica, simples e com ritmo "estala os dedos e se joga". Gravada limpa, mas com umas sujeirinhas deliciosas de se ouvir. Um desabafo uma confissão do doce e do acre... O ponto em comum que todos abraçam o diabo e gostam afinal se caiu ali...

Dançando

A primeira criada, a primeira trabalhada, divulgada.
Dançando é um Ode a tudo aquilo que os chamados errantes ternos sentem. Querem enxergar alem do que é palpável, Acreditar que “o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes”.
Acreditar que há beleza no mundo mesmo diante de tanto caos, maldade e sombras.
Aqui pela primeira vez como muitos, senti falta do timbre mais sincero e descompromissado de Pitty. A emoção confessional que a demo trazia. Porem com uma audição mais atenta notei que não, eles acertaram mais uma vez.
Dançando cheio de elementos ocultos, singulares peculiares que envolvem ate mesmo o som de talheres em garrafas de vidro, adquiriu um timbre morno, quase sem emoção, quase como se a canção fosse uma oração. Há melancolia na letra e a voz inflexiva transmite isso. Se antes na demo sorriamos ouvindo achando fofa a canção agora percebemos que ali há uma inquietação por mais lírica que seja as melodias.
A psicodélica cheia de texturas do final é quase uma overdose de nirvana nas têmporas, onde se entende o porquê a recomendação “escute com fones de ouvido” é acertada e necessária.
Ritmo nostálgico, quase um pop perfeito. Escolha perfeita como primeiro hit.

Say

Talvez a mais pop dentre elas.
Balada de melodia gostosa que dá vontade de sair dançando. Um filme/clipe passa por entre a mente e nos remete a varias sensações e sentimentos.
Aqui Martin assume o posto que adquiriu durante esses anos, como um dos mais precisos e criativos musicistas brasileiro da atualidade.
Os dedilhares é de uma precisão e delicadeza impressionantes. Lindo.
Possível próximo hit?

Romeu

A meu ver uma das letras mais sentimentais que tem seu esplendor na demo.
A versão de estúdio aqui ganhou camadas, mas perdeu seu sentido “declaração de amor” ao ser introduzido batidas que só apagam o sentimento ali contido. Não gostei. Fico com a demo.

20 Passos

Martin se provando mais uma vez.
Alem de mais uma vez melodias e dedilhares perfeitos, o timbre apresentado carregado de emoção e leveza imprimem a musica um tom jovial quase saudoso.
É carregado de texturas. Uma das três maiores conquistas desse álbum. É singular os detalhes que fazem de 20 passos um dos grandes momentos do disco/ano.

Ne Parle Pas

Assumidamente por mim a que menos gostava. Menos não significa que não gostava. Só não batera como as outras.
Talvez por musica na língua francesa me remeter a sensualidade e mistério, coisa que Ne Parle pas não me passava.
Passado.
Nessa versão de estúdio a canção ganhou tom lírico. Um tom quase épico repleto de corais de fundo, camadas diversas e uma melodia suave, mas pesada.
Indescritível a passagem de tempo, a evolução que ela ganha ao se desenvolver cada vez mais para cima, em tons mais elevados, mas mantendo-se suave. Contudo há peso ali para quem escuta. Ela consegue o tom de mistério que uma musica francesa “precisa”. É mágica. Inspirada. Sem falar na introdução que vale só pela experiência diferente.

Upside Down

Mais uma candidata a single com certeza.
Talvez a mais completa do álbum. Onde se resume a proposta agridoce de ser. Há textura, há camada, há psicodélia, há melancolia, há poesia, há delicadeza, há questionamento, há descompromisso, há uma sucessão de timbres, e sons intercalados, delays descontrolados e ainda assim é uma canção gostosa de ouvir, de se cantar junto, pular, dançar ou cantar emocionado. Funciona tanto com fone quanto sem.

Epílogos

Minha canção preferida desde o inicio.
Começarei pela introdução. Aqui só posso interpretar da maneira que a sinto.
A intro remete a momento de execução. Desde o inicio já se sabe e se espera drama, tristeza, peso. E é o que vem.
A letra versa sobre o medo da morte, não somente a morte física, mas a morte em vida. A limitação. É uma oração um clamor, um pedido, uma suplica. Uma das letras mais sinceras e emocionais de Pitty. A que ela mais se expôs em toda a carreira como compositora.
Melodicamente falando é incrível a potencia, as batidas, o piano pesado e sujo, o violão forte e agressivo ate, com elementos que a suavizam e elevam. O timbre ganha um tom urgente e claro, o coral só aumenta a pressão e cunho emocional. Trás pesar. É uma faixa difícil por conter muita textura talvez a que mais tem ao lado de 20 passos. Mas aqui a textura serve para introduzir peso e não leveza como na anterior.
É bela, é triste. A todo o momento parece estar presente diante de uma execução e um clamor por misericórdia. A quem? Não se sabe.
O refrão contem elementos distintos que é preciso fone potente e silencio externo absoluto para perceber. O coral parece um cântico antigo...

Rainy

A principio parece ser uma musica natalina. O que não deixa de ser verdade.
É hit com certeza.
É delicada, leve ao extremo, daquelas que você não quer que termine nunca.
O piano possui dedilhar preciso mas bem suave. È uma baladinha que parece simples mas não é. Um dos grandes feitos do álbum/ano com certeza ao lado de Say e de...


130 Anos

A mais descompromissada. Nos remete a alguma canção de Raul Seixas. Folk puro. Com teor “um dia no parque”.
Pássaros, água e cães são o pano de fundo para um violão e uma escaleta suave e nostálgica para um timbre calmo e comedido. É linda é 130 anos. Mais um hit?

O Porto

Ao lado de Upside Down a que mais usa elementos variados. Um clássico contemporâneo. Canção de guerra. Forte, brutal, reflexiva. Nada leve. Ganha força à medida que avança. A terceira maravilha do disco/ano. Repleta de timbres, delay’s, melodias fortes e carregadas batidas incessantes e absurdamente precisas. É um hino.
Uma canção simplista e extremamente complexa em sua concepção e captação. Não há como passar indiferente a ela.

Please, Please, Please, let me get What I Want

Versão de um clássico do The Smiths que aqui ganha minimalismo e beleza. Não há muito que dizer. É dar play e sentir com destaque ao coral de fundo no final.

Em resumo o álbum entrou para a seleta lista dos grandes melhores e surpreendentes álbuns nacionais do ano. Ao lado de Cícero e Criolo por exemplo.
O sabor é extremo e com certeza, paladares exigentes não faltaram.
O barulho das asas desses dois é musica e arte aos ouvidos. O casulo se abriu e a mariposa e a borboleta estão em sua melhor forma.
E é lindo poder voar junto com eles...

Acessem o site do Duo para escutar o disco na integra! >> http://www.agridoce.net/




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2 comentários:

  1. Massa! Boas inspirações hein! Tenho certeza que estava ouvindo o disco ao escrever. Transparece.
    Só faltou um pouco de crítica na avaliação das músicas no sentido de não dizer que todas serão hit. Tudo bem que apontou as potencialidades...
    Ainda vou ler, ouvir, pensar, refutar, já reescrição para depois postar uma crítica no meu blog.
    Parabéns! #curti

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