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Era inverno, mas o sol pelava as juntas de Mariana antes mesmo de o relógio bater 11h15min. Sem café, sem chá ou pão de queijo, Mari...

Mariana



Era inverno, mas o sol pelava as juntas de Mariana antes mesmo de o relógio bater 11h15min.
Sem café, sem chá ou pão de queijo, Mariana se atrasara para o primeiro dia da ultima semana, do inicio de um semestre derradeiro: o da formatura.
Seus 19 anos de nada valiam entre todos aqueles papeis, sonhos, noites de sono massacradas pela indiferença de Morpheus. Letras. Entre as letras ela tentava se formar em Letras.
E mesmo entre as palavras essa matemática – mensalidade, custo, comida, trabalho e prazeres – parecia não encaixar em sua equação básica.

Porta destrancada, e o cheiro da rua úmida pela garoa da madrugada no asfalto exalavam ao redor e por entre ela. Ponto de ônibus lotado assim como o coletivo apertado logo em seguida.
12h12min. Mariana toca o interfone do Hall de entrada da faculdade. Atrasada. Só mais um dia comum.
Prova, questão 02, cinco alternativas, nenhuma delas correta, um erro, uma suplica, um esquecimento. Coração batendo forte e Mariana consegue um trabalho extra a ser entregue ate o final da semana.
Volta para casa. Derrota. Parada na padaria verde na zona oeste entre a faculdade e seu lar, para saciar a fome da ansiedade latente; ela senta no balcão sozinha.
Donnuts para se sentir americana e café expresso para ser feliz mesmo que por três goles mornos.
Chaves; comanda, fila e caixa; pagamento – R$2,90 –; rua e ladeira abaixo.

Casa. Abre a porta, troca às roupas claras por uma escura. Porta, rua. Rumo ao trabalho na zona central. Volta – esquecera de trancar a porta.
Ônibus lotado novamente. Calor. Cansaço sem nem ter começado o dia ativo.
Mil coisas na cabeça. Letras e números dançando invisíveis a hulla da zoazão.

Bronca do chefe, e do subchefe, de seu superior, do cliente e da colega fofoqueira.
Almoço vomitado no banheiro milimetricamente limpo do terceiro andar da Contabilidade S/A.

22h15min. Casa. Porta. Destranca e tranca com cadeado. Janta leve – salada de alface, única coisa da semana – no noticiário local três mortes próximo à ponte, uma cantora grávida, um ex-participante de reality shows que saiu com seu poddle pelas ruas mais cedo e a taxa de desemprego aumentando gradativamente. Horário político – desliga a TV.
No radio o single do momento patrocinado por Hector Amarante 75012 do partido branco.
Banho – 5 minutos – pijama listrado e cama. Sonhos conturbados e o fim de um dia de uma semana.

Chuva e vento forte. Novo dia.
Mariana desperta as 06h15min. Café morno. Banho morno.
Chaves, carteira e apostila. Porta...


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Aquilo Tudo que posta no Facebook e mais tantos mistérios que nem mesmo o espelho ou o mundo dos sonhos foi capaz - ainda - de descobrir.